Ainda Salazar...

No Domingo, Salazar foi eleito o maior português de sempre.
Hoje, o PNR lança uma campanha xenófoba contra a imigração para o nosso País, inspirada em idêntica iniciativa promovida há alguns anos por Le Pen.
Muito se discutiu sobre os resultados verificados no tal Programa da RTP, mormente sobre o que representariam.
Muitos disseram ser consequência da degradação da vida pública portuguesa, da corrupção de valores e do saudosismo pela autoridade.
Não engrossei tais fileiras.
A votação não foi, nem podia ser, minimamente representativa do pensamento da população portuguesa.
A forma como o "direito de voto" foi exercido inviabilizou, ab initio, qualquer pretensão de representatividade que a amostragem pudesse ter.
Penso muito simplesmente que foram consequência da acção conjunta e concentrada de grupos de interesses, que viram na exposição mediática associada ao programa o húmus social perfeito para divulgação do seu pensamento político.
Aliás, o primeiro lugar de Salazar e o segundo de Álvaro Cunhal são sinónimo disso mesmo.
Se poucas dúvidas tinha, o advento da primeira campanha pública de apologia dos valores de extrema-direita, dissipou-as.
O tal programa serviu, apenas, como rampa de lançamento para outras acções políticas que se seguirão.