16/03/2008

A PROPÓSITO DE UMA CONVERSA EM CASA DO REI!!!

Há coisas que me deixam aqui a remoer os meus dois neurónios. Este tema CUBA, não do alentejo, mas sim a Cuba do Ex ditador Fidel a mim faz-me muita confusão, pois eu como é sabido sou sempre contra ditaduras, mesmo que sejam elas democraticas como a deste governo do PS. Mas voltando atrás, encontrei um post que me deixou mais descansado, pois não sou o único a achar que aquilo é uma fantochada e que não se pode ir atrás do argumento de que as pessoas tem cultura, coisa que eu aceito, mas, cultura também é liberdade de expressão, também é poder criticar, poder manifestar, poder virar à esquerda se se quiser, mas acima de tudo não ter que usar palas nos olhos e ver só aquilo que nos deixam ver, ou não será!!??
Para tal passo a transcrever um post que decobri no blog do Pedro Rolo Duarte e que se intitulava "10 dias em Cuba"

"O que restava de certa esquerda a correr-me no sangue foi varrido em escassos dez dias, nos idos de 1993, quando umas inesperadas férias me levaram a Cuba.
Parti na legitima e pacifica intenção de namorar, fazer praia e conhecer Havana. O Cáceres Monteiro, grande jornalista (e bom amigo, saudade...), que por lá tinha andado em trabalho diversas vezes, desenhou-me um “roteiro de repórter” que começava, naturalmente, no Hotel Havana Livre, onde Fidel se instalara depois da triunfante entrada na cidade, em 1959. E passava por todos os ícones da capital cubana, da Bodeguita del Medio ao clássico Centro de Imprensa Internacional.
Confesso que aterrei em Havana com uma vaga, muito vaga esperança de encontrar um povo realmente feliz, apesar de todas as limitações com que vivia. Um povo feliz, apesar do embargo. Conversei com taxistas, empregados de hotel, banheiros da praia, médicos, professores. Encontrei gente invulgarmente culta e formada.
Mas, em vez dessa felicidade que a propaganda vendia a rodos, em vez desse povo em festa permanente nas ruas, imagem de cartaz e de postal, encontrei miséria em todos os cantos e recantos da Ilha. Miséria disfarçada e escondida numa paz podre feita de policias que controlavam policias e outros policias para controlar os restantes. Miséria descarada nos racionamentos, nos professores universitários que acumulavam empregos para poder comprar um frango. Miséria humilhada na prostituição dentro dos hotéis e à porta das “lojas de turistas”. Miséria travestida de artesanato barato, charutos aldrabados e “paisagem típica” que não passava de degradação e sujidade.
Como se fosse pouco, a liberdade não passava por ali.
E quanto à alegria de viver, nem a sombra: vi nostalgia, saudade, desconsolo e desalento.
Foram dez dias a tentar ter férias num país que não se cansava de me mostrar que não havia mais “amanhãs que cantam” em parte alguma do planeta. Foi mesmo assim: o que restava de certa esquerda a correr-me no sangue foi varrido em escassos dez dias.
Demorei dias, semanas, a conter, controlar e aplacar a tristeza que me invadiu o olhar no dia em que deixei Havana. Ali ficou o último resquício da adolescência. O último bocadinho de utopia. Uma lasca de um muro que começara a cair em 1980, no meu pequeno mundo, e que ruiu por completo, no mundo de todos nós, nesse feliz final de 1989.
Essa tristeza que trouxe de Cuba continua por perto enquanto a agonia daquele regime durar. Não é demais lembrar: o regime não terminou ontem."

2 comentários:

Anónimo disse...

ai que pena....
que pena é o Pedro Rolo Duarte só conhecer lisboa, quiça Coimbra e talvez o porto.
Sim, não sejamos segos e ingenuos, pois "quando O que restava de certa esquerda a correr-me no sangue foi varrido em escassos dez dias, nos idos de 1993, quando umas inesperadas férias me levaram a Cuba" o tivessem levado ao Brasil, Dominicana, Jamaica ou qualquer outro Pais para esses ´lados´ plantado e então encontaria riqueza 8 també de esprito é claro ). Santa ignorancia!!!! Uma coisa ficamos certos, o que restava de uma certa esquerda ficou varrido e nós os esquerdistas estamos mais ricos!

EU disse...

Apenas e só para esclarecer!!!
"Lisboa" e "Porto" escrevem-se com letra grande.
CEGOS é com "C" não com "S"
Ingénuos com acento no "E"
Ignorância com acento circunflexo