Tudo aquilo que NUNCA devia dizer aqui

Gosto de ti de todas as maneiras, sob todas as perspectivas e seja qual for a disposição, bem ou mal disposto, quando vens é uma alegria, o meu coração bate sempre a um ritmo parecido a uma escola de samba e é um agradecimento que tenho que fazer a um Deus qualquer que me meteu na vida, alguém que tem a capacidade de mexer todos os dias com o meu ritmo cardíaco e o eleva mais que uma vez ao dia. Brilhante. Não é para qualquer um e hoje estou desbocada e vou verter aqui tudo o que me apetece. Assim sem mais nem porquê. Quero e faço.
Há por ai malta que vive a vida na mediandade uma vida inteira, que são poucas as vezes que têm disparos cardíacos e morrem assim e depois gostam de dizer que são maduros e que não se chatearam muito e tal. Eu não. Gosto de saber que posso levar o coração cheio e a alma encantada caso a coisa acabe mesmo que chore banho e ranho e diga que me vou matar e que a vida já não vale nadinha. Não devia dizer isto mas vejo-te em qualquer cenário da minha vida quando imagino o futuro. Aquela filharada toda que idealizei com um Pai assim como tu és, é um cenário tipo Cinderela e Príncipe a cair para o Floribela de tanto amor e sonho. Bonito, portanto. Hilariante. Vejo-te lá, na minha vida e assentas que nem uma luva. Não quero pensar muito no que vamos fazer um com o outro daqui em diante se o fim for mais um principio. Se me metes numa prateleira que vejas sem ser preciso meteres-te em bicos de pés ou se eu te vou guardar do lado esquerdo da minha vida que é mais ou menos onde se encontra o coração a meia distancia da minha alma. Não sei! E não quero saber. Não vou sofrer por antecipação e já que me fodi à grande e que já estou enterradinha de sentimento até ao nariz, que seja como Deus quiser. Mas gostava que tu soubesses o quanto gosto e o quanto sinto. Nunca perco oportunidades para dizer que gosto a quem gosto. Gosto de ti na exacta medida da capacidade que tenho em gostar de alguém como tu.
Sou uma mulher por inteiro, neste momento, e gosto de picos, de extremos, de limites longínquos, de sonhos passiveis de se tornarem reais sem se perderem as regras do sonho. Conseguir, no limite, saber que não pode ser mais, que não dá mais, que a entrega é total. Vivência-se assim um dos limites do ser humano até à exaustão. Fazer amor no auge é vertiginoso. Chega a doer. A cumplicidade alia-se ao amor, mistura-se com a loucura e com a possesividade e a sofreguidão da intensidade e a entrega sem limites junta-se também à festa e RESULTA em PLENO.
Gostar assim , se acontece só de um lado, o outro ganha muito mas se acontece de ambos os lados é um milagre. Quando penso nisto estremeço. Não acredito que muitos cheguem a este patamar que a vida oferece. Nada do que é muito bom acontece sem uma entrega total e absoluta. E eu sou perdida pelo absoluto, pela totalidade num todo e sem partes.
Entendes agora porque é que ainda não me casei e não segui a vida que toda a gente quer e teima que eu siga? Porque isto que te acabei de escrever é um dos meus ideais de vida a dois. E tu até podes dizer: ah e tal é um bocado romanceado da tua parte. Acredito que sim. Que seja. Mas acontece.
Entregar a alma e o coração a alguém é das coisas mais bonitas que há. Meter o coração nas mãos de alguém e perde-lo sem querer saber quando nem porquê é uma dádiva de Deus.
Experimentei isto uma vez e achei fascinante. Perigoso mas fascinante.
Fascina a entrega mas vale mesmo a pena embora saibamos que depois quando acaba o todo deixa um vazio, um buraco que não consegue ser enxertado. Fica a cicatriz para a vida, daquelas que quando olhamos gostamos do que nos lembra.
Agora também espero que me entendas quando fico com dó de quem me critica por eu ser assim e invade-me um sorriso amarelo quando me tentam ensinar a controlar emoções. Almas penadas. Esquece-as porque não sabem o que é bom.