Exercício (aparentemente) sem sentido

Diz o Cristiano Ronaldo que “é fácil fazer os outros felizes”. Tudo bem: ele vive, de facto, num mundo diferente do nosso (pelo menos no que aos aspectos materiais diz respeito).
Agora, façamos o seguinte exercício: atribuamos esta frase a diferentes pessoas, escolhidas a partir de uma amostra baseada na nossa vida diária sobre a qual aplicamos o critério do provável impacto nos diversos níveis da nossa possível felicidade (tipo a estratificação do horóscopo: profissional, amor, saúde).

Aqui fica o meu primeiro esboço.

- o meu chefe diz “é fácil fazer os outros felizes”. É uma frase que facilmente o imagino a dizer. É preocupado e atento mas sem que destas qualidades resulte algo concreto. Decorre daqui, que o provável impacto na minha possível felicidade profissional é nulo;

- o meu médico diz “é fácil fazer os outros felizes”. Primeiro problema, e não vejo como o resolver: não tenho (tal como milhares de Portugueses) médico de família, pelo que quando penso num médico a imagem que surge é a do pediatra do meu filho. Se se tratasse de um questionário, ou algo semelhante, colocaria “N.A.” (“Não Aplicável”). Mais uma vez, o provável impacto na minha possível felicidade é nulo;

- o meu marido diz “é fácil fazer os outros felizes”. Sobre esta tenho que reflectir bastante. Será que quando ele diz isto, quer de facto dizer outra coisa?? Eu não o faço feliz? E podia, facilmente, fazer? Ou, quer dizer exactamente isso, que é fácil? Ou é fácil, para ele, porque é ele e porque está na sua essência esta facilidade? Resulta desta curta análise (provavelmente não muito clara para quem a lê), que o impacto real na minha felicidade de O ter ao meu lado é imenso.