07/04/2007

Mas, e o chocolate, de onde veio?

A história começou com as civilizações maia e asteca, na América Central. No México, os astecas cultuavam o deus Quetzalcoatl, que personificava a sabedoria e o conhecimento e foi ele quem lhes deu, entre outras coisas, o chocolate. O povo acreditava que Quetzalcoatl trouxera do céu para a Terra as sementes de cacau. As colheitas eram festejadas com cruéis rituais de sacrifício humano. Um dia, o deus ficou velho e decidiu abandonar os astecas. Partiu em uma jangada de serpentes para o seu lugar de origem – a Terra do Ouro. Antes de partir prometeu voltar no ano de "um cunho", que ocorria uma vez a cada ciclo de 52 anos pelo calendário que ele mesmo havia criado para os astecas. Enquanto isso, por volta de 600 a.C., os maias, que também conheciam o chocolate, faziam suas primeiras plantações em Yucatan e na Guatemala. Até então, o cacau e seu precioso produto, o chocolate, só circulavam pelos rituais, banquetes e no comércio na América Central. Dele era preparada uma bebida fria e espumante. Suas sementes também eram utilizadas como moeda, com muito poder de troca. Passaram-se séculos. E o navegador Cristóvão Colombo, achando que tinha descoberto as Índias, chega à América Central. Um chefe asteca sobe a bordo e oferece, ao navegador e sua tripulação, armas, tecidos e também sementes de cacau. Ele explica a Colombo que as sementes são a moeda do país e que permitem preparar uma bebida muito apreciada entre eles. Colombo e seus marinheiros provam com os lábios as sementes e tomam também o chocolate. Dias depois, levantam velas e seguem para a Europa. Colombo, o primeiro europeu a provar o chocolate, não lhe deu a mínima importância. Mal sabia que um dia ele seria apreciado no mundo inteiro. Passaram-se alguns anos. Em 1519, o explorador espanhol Hernán Cortez e seus 600 soldados desembarcam no México, pretendendo conquistá-lo. Fazem os preparativos para o combate. Mas, para surpresa geral, o imperador asteca Montezuma e seus súditos os recebem com cordialidade. Vítimas de sua própria lenda, eles crêem que Cortez é a reencarnação do bondoso deus Quetzalcoatl. Acontece que 1519 coincidia com o ano de "um cunho", no calendário asteca – o ano que Quetzalcoatl prometera voltar. O povo alegre festeja e o imperador acolhe Cortez com um grande banquete regado com taças de ouro cheias de tchocolath. Mas a desilusão não tarda a chegar:o suposto Quetzalcoatl, aquele que havia dado o chocolate a seu povo, parecia não o ter bebido antes e nem mesmo gostar dele. É óbvio, o tchocolath não era a bebida agradável de hoje. Era bastante amarga e apimentada. As tribos da América Central geralmente o preparavam misturado com vinho ou com um purê de milho fermentado, adicionado a especiarias, pimentão e pimenta. Naquela época, o chocolate era reservado apenas aos governantes e soldados, pois acreditava-se que, além de possuir poderes afrodisíacos, ele dava força e vigor àqueles que o bebiam. Cortez, sem dúvida, ficou muito impressionado com a mística que envolvia o chocolate e mais ainda com o seu uso corrente. Assim, com o intuito de gerar riquezas para o tesouro de seu país, ele estabelece uma plantação de cacau para o rei Carlos V, da Espanha. E, como bom negociante, começa a trocar as sementes de cacau por ouro, um metal indiferente àqueles povos. Os espanhóis aos poucos se acostumavam com o chocolate e, para atenuar o seu amargor, diminuíam a proporção de especiarias e o adoçavam com mel. Já o rei Carlos V tinha o hábito de tomá-lo com açúcar. Um ano depois, Cortez responde com traição à acolhida que recebera do povo asteca. Prende o imperador Montezuma e invade suas terras. Tanto Montezuma quanto seu sucessor são assassinados pelas tropas de Cortez e o México passa a ser colônia espanhola, permanecendo nesta situação por trezentos anos.
FELIZ PÁSCOA!!!

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