Se me encontrares plasmada num banco específico no jardim não passes dizendo apenas olá tudo bem porque deves logo perceber que tudo só está bem quando me vires na praia a correr virada ao mar fugindo do sonho que descobri e não quero acreditar. Por isso fica um pouco encontra um conforto no pequeno canto que te deixo livre e olha comigo para o céu que em cima não cai mas pesa e empurra folhas seguidas de Outono para os caminhos do chão. Tem a certeza de olhar comigo e depois então faz o normal que é segurares a minha mão entre as tuas e cantar baixinho uma daquelas musicas brasileiras que gosto tanto porque parece que o poema nasceu na pauta e as notas nasceram na escrita tudo na mesma alma doce. Nunca perguntes nada do que não queres saber e nem eu quero dizer e deixa que o silêncio de conseguirmos estar lado a lado sem palavras seja apenas quase perfeito e não encantador. Não assustes os pardais se perceberes que rolam seguras e umas atrás das outras em cadência ritmada aquelas gotas salgadas que pelos olhos esvaziam as certezas tristes e as outras raivas todas é reciclagem emocional e é urgente.
Fica mesmo todo aquele tempo de não te ires embora sabendo do desejo que fiques e muda de posição para que me possas prender no abraço de que quero fugir e assim fico apenas porque queres tanto que não me deixas ir. Não me digas coisas sobre olhos lindos nem me fales em berlindes da infância porque já ouvi e pior que tudo pensei por isso que era algo importante de guardar e afinal ninguém que eu recorde guarda hoje bolas de vidro nos bolsos dos sonhos. Deixa isso de olhar nos olhos e olhar o corpo e olhar a alma que se exibe nessas portas abertas ao mundo e fica cego da minha presença sentindo com a pele na pele o calor que nasce de estarmos já tão colados ao mesmo espaço que quase deixa de existir.
E beija-me tanto tempo.
Fica mesmo todo aquele tempo de não te ires embora sabendo do desejo que fiques e muda de posição para que me possas prender no abraço de que quero fugir e assim fico apenas porque queres tanto que não me deixas ir. Não me digas coisas sobre olhos lindos nem me fales em berlindes da infância porque já ouvi e pior que tudo pensei por isso que era algo importante de guardar e afinal ninguém que eu recorde guarda hoje bolas de vidro nos bolsos dos sonhos. Deixa isso de olhar nos olhos e olhar o corpo e olhar a alma que se exibe nessas portas abertas ao mundo e fica cego da minha presença sentindo com a pele na pele o calor que nasce de estarmos já tão colados ao mesmo espaço que quase deixa de existir.
E beija-me tanto tempo.
4 comentários:
Lindo de morrer...
texto com clara influência do saramago.
onde está a pontuação???
A pontuação está no passo de quem lê.Agora.Quando nasceu a fala não havia pontuação, era mais entoação.
Li, também, Saramago, entre outras centenas,e só por isso estão todos nas influências. O último foi há mais de 10 anos, ainda ele não sabia que era nobel...mas desconfiava.
Sabia que as influências também são de quem lê?
Numa de muitas conversas perdidas alguém me ensinou que nunca se começa uma frase por "se". Demorei muito tempo a compreender porquê.Fico agora a saber que não só não compreendi, como há sempre alguém que consegue 'destruir' estas generalidades sem sentido. Gostei.
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